quarta-feira, 12 de maio de 2010

Garotos Também Ficam Nervosos Nos Encontros...

Eu estava prestes a pular da janela. Juro. Se não fosse pelo meu medo imenso de alturas (somado ao fato de estar no 10º andar), eu teria me atirado.
Ok, acho que esse não seria um bom plano. Se eu pulasse, Bruna chegaria e se encontraria na seguinte situação: a sala de estar da casa de sua mãe coberta com pétalas de rosas; uma mesa de jantar com a comida favorita dela (e também a única que a toupeira aqui sabe preparar), espaguete com molho de tomate; e, para finalizar, um quarto com um zilhão de velas aesas e uma cama muito convidativa a um casal.
Respirei fundo pela milionésima vez e olhie no espelho que ficava perto do hall (de novo). Ajustei a gola da minha camisa polo e balancei a minha cabeça para "ajeitar" meu cabelo castanho escuro.
- Você tá bonito, cara - menti. O que raios eu tinha na cabeça quando deixei que Verônica separasse minha roupa? A camisa pinicava, e tinha um botão que vivia desabotoando, a calça era (muito) mais apertada do que eu estava acostumado e o sapato... ai, ai. Eu devia ter usado meu Converse preto ao invés disso aqui.
Olhei no relogio em meu pulso. Oito e dez da noite.
- Ela não vem - disse a mim mesmo.
De repente, ouço as portas do elevador e um girar de chaves. Passos. E eram passos que eu conhecia. Rapidamente, antes que Bruna abrisse a porta, tratei de apagar as luzes e me esconder atrás da mesa de jantar.
- Tom? Thomas? - Perguntou Bruna, fechando a porta e passando a chave. - Você tá aqui? - Ela foi andando no escuro e quando acendeu a luz, se surpreendeu.
Como havia voltado da aula de Francês, Bruna carregava alguns cadernos (que foram despejados quando ela se deparou com o cenário). Ela colocou uma das mãos em seu rosto e gaguejou.
- T-thomas? - Agora era a minha deixa. Tratei de me levantar de onde estava e dei meu melhor sorriso.
- Gostou? - Perguntei. Minha saliva tentava se acumular na minha boca (como sinal de nervosismo), mas eu a ficava engolindo. Ainda bem que Bruna não havia reparado nisso.
Ela foi andando até mim, ainda com o rosto tapado.
- Foi você que fez isso? - Perguntou, olhando em volta. - Tudo isso por mim?
Abracei-a e dei um beijo em sua testa. Acho que senti arrepios da parte dela.
- Você merece - admiti. Ela se virou para mim e me beijou. Pegou meus cabelos da nuca e me puxou para mais perto. Nossa, eu amo quando ela faz isso. Abracei-a pela cintura e, naquela hora, me dei conta de que aquele nervosismo todo valeu a pena, pois a noite seria mais do que especial. Seria a primeira de muitas que nós dois teríamos juntos.

do svidaniya, Clara Ferreira