No entanto, permitam que eu esclareça algo aqui: embora eu goste de ficar sozinha (muitas vezes), eu gosto de ficar sozinha e ter algo para me ocupar. Se eu ficar sozinha e não ter nada pra fazer, aí a coisa vira um caos.
Quando eu fico sem nada pra fazer, eu começo a pensar e se eu começo a pensar, eu começo a falar sozinha e a ver as coisas de um modo que elas não são, da forma que eu me dou conta disso só depois e isso me deprime (cedo ou tarde). Sem contar o bônus: leves pontadas de dor na cabeça.
Então, qual a solução que eu tenho para mim mesma??? Bom, eu desenvolvi algumas:
Se eu ficar sozinha e eu tiver que fazer coisas como tarefa, estudar ou praticar violão, eu vou e faço isso. E, ironicamente, para me distrair de mim mesma e de meus pensamentos, eu acabo me concentrando em mim memsa e no que eu estou fazendo.
Agora, se eu ficar sozinha e eu não tiver realmente nada pra fazer, daí eu: dou uma volta, tomo um banho, tento escrever ou banco a verdadeira cara-de-pau e ligo pra alguma das minhas amigas na esperança de que elas tenham algo para me falar e que possamos ficar conversando por um bom tempo.
Eu nem conto ouvir música, pois ouvir música (em especial com o Louis) me ajuda a devanear. E, como eu sou um ser que tem grande dificuldade em manter os pés no chão e me focar no que a coisa é realmente... misturar música comigo não é algo que dá certo quando estou sozinha.
E sabem de uma coisa? Eu me pergunto se será sempre assim.
Eu me imagino daqui a alguns anos com um cara legal, talvez já com meus três filhos (sim, quero três mesmo) e exercendo a profissão que eu desejo e gosto. No entanto, eu não me imagino morando com esse cara. Com os filhos, sim, mas com ele não.
Eu não quero morar com meu namorado (que ainda não apareceu na minha vida). Cansa, dá trabalho e desgasta MUITO a relação. Quando você começa a morar junto, as coisas começam a desandar. Uma tampa de privada erguida aqui, uma bola de cabelo no box do banheiro ali, uma maneia estranha de lavar a louça aqui, um lugar disputado na sala de TV ali e quando vê, um está indo passar um tempo num hotel até arrumar um lugar novo pra morar.
Por isso que eu falo: eu quero me casar, mas eu quero morar em casas separadas. Nem quero tentar morar junto com meu marido. Ele teria a casa dele e eu teria a minha. Passearíamos, sairíamos pra jantar, nos encontraríamos um na casa do outro, poderíamos até combinar de um ir dormir na casa do outro às vezes... mas, por favor, que as nossas escovas de dentes não dividam um espaço no banheiro permanentemente.
E tem outra: eu não sei como é morar com um homem. Meu pai saiu de casa quando eu tinha 6 anos e eu me desacostumei totalmente com o fato de dividir um teto com um elemento masculino.
Bom, isso é o que eu penso.
do svidaniya, Clara Ferreira