sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não Desistam De Mim, Pois Eu Ainda Não Desisti De Vocês *0*

Uma coisa que simplesmente vazou da ponta da caneta durante a aula de Português hoje:



Capítulo 46:

Sara:

Depois de uma cena – muito tensa, por sinal – do almoço, podia-se ver que, na aula de História, Gabriel ficou seriamente abalado com aquilo. Eu insisti em pedir desculpas algumas vezes em nome de Matt, mas ele sempre desconversava e falava que não era nada demais. Com o tempo, eu vi que ele estava apenas sendo infantil, afinal, Matt é um idiota (atualmente, um idiota lindo, charmoso e que sabe tocar bateria, mas ainda assim, um idiota) que não sabe nem cumprir uma promessa. Deus do céu, é tão difícil se comportar por meros dois meses?

O pior foi depois disso.

Quando o sinal mais agradável do dia (hora da saída) tocou, eu só tinha que pegar meu livro de Matemática no meu armário para ir pra casa. Isso seria muito simples... se eu não tivesse esbarrado com o Sr. Evans no meio do corredor.

- Srta. Owl – falou, sorrindo casualmente e coçando a cabeça. Notei que ele usava um suéter verde musgo com gola V, jeans e um All Star e carregava alguns livros – eu gostaria de falar com a senhorita, se possível.

Tentei reprimir uma careta (sem sucesso) enquanto via ele levantar uma das sobrancelhas lindas para mim. Pigarreei para responder.

- Claro – falei, sabendo o que me aguardava: uma conversa sobre um assunto que eu não gostava nem de lembrar.

Prof. Lucas sorriu um pouco mais à vontade e fez sinal para eu ir andando à sua frente, a caminho da sua sala. Respirei fundo, arrumei a mochila no meu ombro e fui andando.

Quando chegamos lá, ele fechou a porta e eu tratei de me sentar em uma das primeiras cadeiras da fileira do meio enquanto ele colocava os livros em cima da mesa do professor. Ele olhou para mim e foi se aproximando.

- Sara – gelei quando ele me chamou pelo primeiro nome. Senhor, será que ele ia querer me agarrar que nem ele fez com a Anne? Será que tudo o que ele disse pra ela era mentira? Será que ele e um pervertido, um verdadeiro galinha e aproveitador de alunas inocentes? Será que eu ainda tenho spray de pimenta na minha bolsa? Ai, meu Deus, eu não quero dar para um professor! (mesmo que seja para o gostoso do Sr. Evans)

Engoli a seco e endireitei o tronco para falar.

- S-s-sim? – Gaguejei. Tonta.

Sr. Evans começou a andar de um lado para o outro da sala e depois de algumas voltas, finalmente parou e olhou para mim (coisa que demorou algum tempo).

- Eu não quero que pense algo ruim de mim – confessou, franzindo a testa. Parecia que ele procurava um jeito de não se enrolar com as palavras – no entanto, eu sei que você me ouviu semana passada com a srta. Wooneri.

Contive um riso. Na boa, depois de tudo o que aconteceu entre os dois, chega a ser cômico chamar a Anne de “srta. Wooneri”

- Entendo – falei séria.

O Sr. Evans continuou.

- De qualquer forma, eu gostaria de pedir para... manter a descrição quanto a isso.

Relaxei. Confesso que até sorri.

- Por favor – pediu o Prof. Lucas – eu realmente gosto da Annie. – Ok, o modo de como ele falou o apelido da Anne, foi algo muito fofo. – Eu quero ficar com ela e tinha o plano de conquistá-la logo depois da formatura, mas desde que comecei a dar aula pra ela, ela simplesmente não sai da minha cabeça.

Revirei os olhos (pelo fato de ter visto e ouvido essa frase tantas vezes em tantos outros lugares) e aumentei meu sorriso.

- Professor, acredite quando eu digo que ela gosta tanto do senhor quanto o senhor diz gostar dela – lembrei nesse momento da conversa que tive com Anne na semana anterior.

O Sr. Evans sorriu.

- Ah, Sara, isso me deixa tão feliz – confessou. E então, ele ando até a sua mesa, abriu um dos livros e tirou um envelope relativamente grande. Colocou-o em cima da minha carteira.

- Mais uma coisa – falou. – Poderia entregar pra ela? – Pediu, com um sorriso de criança.

Olhei para o envelope e vi uma caligrafia comum e fácil de se ler. Assim que bati os olhos, consegui entender as três palavras que estavam ali:

Para minha Annie


Sentia falta da minha inspiração... acho que ela tem algo a ver com estar em paz de espírito, mas isso é assunto para um post sobre teorias individuais e anônimas (por enquanto).

do svidaniya, Clara Ferreira