sábado, 27 de março de 2010
Isn't Someone Missing?
terça-feira, 23 de março de 2010
A Prática de Entender, A Arte de Compreender
Quando estamos com um problema e desabafamos com alguém, esse alguém muitas vezes vira e fala para você “eu te entendo”. Isso é ótimo. Essa pessoa passou para você a idéia de que suas razões sobre aquilo pelo o que você estava passando estavam corretas. Mas, acho que essa pessoa quis ser mais do que “aquela que entende”. Ela quis dizer, se ela estiver sendo honesta, que talvez ela te apoiasse nisso e que ela poderia ter feito a mesma coisa, pois ela aceitou as suas razões.
É essa a diferença entre entender e compreender.
Entender: ficar a par dos motivos dos outros.
Compreender: saber das razões do outro e aceitar isso.
Não há muito tempo, me deparei com a seguinte cena: uma amiga desabafando com a outra. Sem lágrimas. Sem abraços melosos. Apenas duas amigas (verdadeiras) dividindo uma situação difícil entre si.
O alguém especial de uma dessas amigas havia ficado com outra pessoa. Essa menina ficou arrasada. Fiquei sabendo que ela queria desmoronar, mas achou que seria besteira, por afinal de contas, ele não era o “amor da vida dela”. Era apenas um cara que poderia ser alguém mais especial.
Foco: elas estavam conversando. Estavam em uma festa, não muito movimentada, não muito cheia... uma reunião para amigos e família. Enquanto conversavam uma estava triste pelo o que havia acabado de ouvir, e a outra pelo o que aquilo a fazia lembrar.
Depois de já ter ouvido todas as razões e anseios da amiga, aquela que a estava ouvindo fala “eu te entendo”. E elas começam a falar de outra coisa. Mas, antes que a conversa mudasse muito de rumo, aquela que estava triste disse para a outra “você não me entende. Você me compreende”. A outra assentiu, conformada e solidária.
Oras, se essas duas amigas passaram por situações parecidas e estavam comentando-as de tal forma, é lógico que elas irão se compreender. Nenhuma delas vai apenas ficar a par do que a outra viveu. Elas vão se por no lugar da outra (com muita facilidade neste caso) e vão ver que não estavam sozinhas. Pode até haver um final feliz nessa história. Ou dois.
Mas, mais do que isso, elas vão se apoiar no que cada uma aprendeu de suas próprias vivencias e histórias e isso vai dar força a elas para que elas continuem em frente. Outros virão, é o que eu penso (e tento me convencer) e essas amigas podem continuar a chorar por eles, ou podem dar valor a algo que realmente importe.
do svidaniya, Clara Ferreira
PS> quando as amigas da festa se despediram, uma delas falou para a outra "qualquer coisa, me liga". Foi nesse momento que ela soube que fora compreendida.
PSS: hoje é aniversário da minha prima linda, Gabriela *-* parabens, amor. Te amo muito s2
segunda-feira, 22 de março de 2010
A Marcha Das Nuvens
Noite, 20:31 (horário de início).
Eu estou cansada e quero MUITO uma cama. Fui dormir ontem às 3 da matina (maldito seja esse vício de fics que me foi implantado)... muito bem, foco:
Acordei (ok, na verdade fui desperta pelo meu celular que tocava Other Father Song) e fui para a escola. Uau... algo inédito aconteceu lá hoje.
Pela primeira vez em dois anos tendo aula de Matemática com o Júlio, eu confesso que vegetei na aula dele. Não era minha intenção. Juro. Mas, quando dava por mim, já estava com pensamentos distantes. Elemesmo me perguntou o porquê de eu estar com uma cara de "ponto de interrogação". Ok, admito que Geometria não é a coisa mais interessante do mundo, mas eu REALMENTE tinha feito e acertado boa parte dos exercícios de PG que ele passou para a sala... eu só não havia entendido aqueles que envolviam as Propriedades Distributivas (morram, fantasmas da 7ª série).
Voltando ao foco, minha amiga me emprestou o Diário de Anne Frank hoje e eu só não o li na aula de inglês hoje pelo fato de o documentário estar REALMENTE interessante (e eu querer tomar notas mentais para um trabalho que temos que fazer em cima disso). Outro fator contribuinte: Anne falava APENAS de comida e eu estava V-A-R-A-D-A de fome.
Enfim, cheguei na casa da minha vó e devorei meu almoço. Como aquilo estava bom (x3). Dormi até as 2:20 da tarde... abençoados sejam os cochilos.
Quando acordei, nossa, como eu queria continuar dormindo. (Podem me chamar de preguiçosa, mas eu dormi só 3 horas ontem, ok???) Mas, não podia. Havia 9 exercícios de Matemática que precisavam serem refeitos (da devida maneira).
Claro que copiei o raciocínio de muitos (outra coisa inédita, pois NUNCA fiz isso com Matemática do EM). Terminei e olhei para o relógio. 3:30 ainda... eu sabia que se voltasse para a cama, dormiria (ainda mais com a dor de cabeça que me rondava), mas eu sabia que se fizesse isso, não dormiria à noite. E começaríamos tudo de novo.
Peguei o telefone e disquei o número da minha melhor amiga (eu tenho mania de ligar para os outros para conversar sobre coisas inúteis, às vezes dá certo). Tocou e tocou... nada. Desliguei e suspirei. Decidi fazer uma tentativa diferente. Disquei outro número e quem atendeu estava dormindo.
Ok, eu sei que é falta de educação acordar os outros, mas é que o tédio estava me dominando e eu queria conversar... Mas, depois de 5 segundos embaraçosos no silêncio mais tenso de todos, decidir não esperar pelo fim de tarde e ir logo à academia (acho que quando desliguei o telefone minha amiga me xingou de todos os nomes possíveis).
A academia estava mais animada do que eu me lembrava. Uau, faziam duas semanas que eu não pisava naquele prédio. Tenso isso. Claro que estou toda doída.
Cheguei de novo na casa da minha vó eram 5:15. Estava comendo uma maçã quando tivemos a chegada dos parentes distantes. Pergunta: por que eles sempre vêm nos visitar quando queremos paz, tranqüilidade e sossego? Eu estava comendo uma maçã, oras!
Mas não foi de todo ruim. Vi minha tia avó favorita (de quem estava com saudades) e isso bastou pra mim.
Entrei de novo em casa, terminei minha maçã no quintal da casa. Fiquei observando as nuvens enquanto isso. Me pergunto: são as nuvens que andam, ou somos nós que estamos nos movendo sem saber?
Terminada minha maçã, entrei para tomar O banho. Juro: se a água da chuva fosse da temperatura que estava meu banho, tomar banho de chuva seria algo que eu realizaria com freqüência.
Saí do banho e me JOGUEI no sofá da sala. Como aquele lugarzinho é bom (<333).
Fiquei lá vendo The Simpsons e Two And A Half Men (quem não ri das coisas toscas ditas nessas séries, que atire a primeira pedra). Uma coisa que me frustrou muito: quando duas de suas bandas favoritas tem seus clipes exibidos na TV, vc gosta de ver o clip T-O-D-O, e não o final! Saco... só me faltou passar Killer Queen e eu não ver, pois Do Ya e My Immortal deram de passar JUSTO hoje!
Enfim, voltei para casa e estou aqui... postando e tomando o tempo de vocês com isso. Achei que ia ser interessante se eu narrasse como foi meu dia, mas vejo que foi... estranho. Gosto de narrar a vida de personagens que invento, pois sei que são criaturas fictícias e não se importam de ter a vida contada por outro (mesmo que a história seja em primeira pessoa), mas contar a MINHA história? Não me imagino fazendo isso... não diretamente, pelo menos.
Pergunta: por que músicas, que sabemos apenas três versos, são aquelas que mais ficam na cabeça?
Noite, 21:53 (horário de término).
do svidaniya, Clara Ferreira
sexta-feira, 19 de março de 2010
Queria Ter Tido Essa Idéia
Para aqueles que se interessaram, aqui está a capa do livro:

do svidaniya, Clara Ferreira
Declaração

segunda-feira, 15 de março de 2010
As ironias Da Interpretação Das Palavras
Estou postando isso apenas como uma observação: as pessoas dizem que não gostam de falar disso, mas eu digo: É MENTIRA!!!! ELAS A-M-A-M FALAR DE TAL ASSUNTO.
Mas, então, por que elas apresentam tanto desdém/martírio/raiva/tristeza ao falar daquilo??? Simples: elas gostam de falar, mas odeiam o assunto. É tão complicado de se entender??? Ok, confesso que demorei para entender isso direito, mas mesmo assim, quando você avalia, não é tão ruim assim. As coisas tem a importância que damos a elas e se você tratar algo como se fosse o centro do universo, cedo ou tarde você vai estar vivendo em favor daquilo. Não podemos deixar de viver nossas vidas por algo ou por alguém.
Não estou dizendo aqui para sermos egoístas e dizer "não" a tudo o que nos pedem, mas temos que aprender a nos colocar em primeiro lugar de vez em quando. Mas, não podemos aprender a ter uma coisinha chamada "equilíbrio"??? Shakespeare disse uma vez "não importa o quanto você se importe. Algumas pessoas simplesmente não se importam". Uau, o cara sabia, ou não sabia das coisas???
segunda-feira, 8 de março de 2010
Meus Devaneios
Em si, o salão não era grande. Parecia um restaurante. O piso do chão era carpete de madeira e as paredes eram revestidas por um veludo avermelhado que era realçado pela luz fraca. O teto, também de madeira, mas muito simples. Possuía tábuas que o suportava (ainda mais considerando que estivéssemos no subsolo). Fui olhando à minha volta e logo percebi que eram dois andares. No primeiro, uma quantidade de quinze a vinte mesas redondas (acho) foram espalhadas pelo ambiente. Todas ocupadas. Estavam cobertas por toalhas compridas brancas e tinham à sua volta uma quantidade que variava de duas a oito cadeiras. Todas de madeira e almofadadas. O tom era o do mesmo vermelho das paredes. As pessoas riam alto e falavam coisas que julgavam ser engraçadas. No entanto, nenhuma parecia se importar com o barulho que a mesa vizinha fazia. Elas pareciam tão confinadas em suas próprias conversas e assuntos que nem ligavam para as outras.
Havia luz, um lustre fraco com inúmeras velas bem no centro do salão clareava um pouco as coisas, mas não era apenas essa iluminação que dispúnhamos. Em cima de cada mesa havia também um castiçal com três velas. Não deixava de ser romântico.
Além disso, também no primeiro andar, bem na frente do salão (o que significava à direita da porta), existia um palco. Não era grande e o que separava do resto do salão era apenas um degrau – revestido de veludo avermelhado. No entanto, ele era... bonito. Tinha uma cadeira solitária e um microfone à sua frente.
Depois, vi que Sara e seus amigos estavam indo em direção à pequena escada escondida nos fundos do primeiro andar. Acompanhei-os. Enquanto o fazia, notei que algumas pessoas me olhavam de canto de olho. Senti um calafrio na espinha quando um menino de cabelo “multicolorido” deu uma risadinha para mim. Ele se virou quando olhei para ele, mas não rápido o bastante para eu deixar de ver a cor de seus olhos. Eram cor de âmbar.
Sara me pegou pelo braço e me fez subir a escada mais rápido.
- Não o provoque.
Não entendi muito bem.
- Como assim? – Perguntei, com uma das minhas sobrancelhas erguidas. – Era ele quem estava olhando para mim.
- E você acha que isso aqui importa? – Perguntou. – Aqui não é mais o seu bairro, Grace.
- T-tá. – Vou confessar: aquele aviso me assustou um pouco. O que eu deveria esperar exatamente de um lugar daquele então?
Chegamos ao segundo andar. Era melhor aqui. Não havia tanta gente e a luz era até melhor, pois estávamos mais perto do lustre. O segundo andar ia até as proximidades do palco. Era como se fosse um camarote sem divisões. O número de mesas havia caído para dez, ou até menos.
Sara e seus amigos foram em direção a uma mesa que ficava exatamente em frente ao palco. Vi que estava escrito (em alto relevo) em um cartão ao lado do castiçal “reservado”.
Quando viu que não havia tomado lugar, Sara virou-se para trás até me achar.
- Não vai se sentar? – Perguntou séria.
- Bom, eu...
Nisso Gabriel me deu um sorriso.
- Tudo bem, Grace. A cadeira não morde – brincou.
Tentei sorrir com aquilo, mas saiu mais como uma careta.
Aproximei-me mais da mesa e tratei de me sentar.
Assim que o fiz, ainda dei uma olhada à minha volta. O ambiente era lindo mesmo. Foi quando notei que, bem à minha frente existia um bar. Me senti um em filme de cabaré naquele momento. Sara viu meu interesse.
- Se quiser ir até lá, Grace, pode ir – falou.
- Hun? – Falei. – Ah, não, não. Vou esperar um garçom – admiti.
Depois, ouvi um risinho por toda a mesa. Sara soltou um suspiro e depois me puxou para mais perto.
- Aqui não há garçons, Grace – disse. – As mesas decidem o que querem, depois alguém vai até lá pedir – explicou.
- Oh. Que estranho não? – Minha pergunta casual soou mais comentários do que eu imaginava.
Sara respirou fundo de novo.
- Este é um lugar para se ouvir covers, recitar poemas e fazer apresentações. Não acha que seria um pouco incômodo se sombras de pessoas e pedidos passassem por você enquanto você vê um poema deprimente sendo recitado?
Abri a boca para responder, mas mesmo assim. Sara tinha certa razão em suas palavras. Eu sempre achara incômodo quando estava prestando atenção na TV, no filme do cinema, ou até mesmo em qualquer apresentação e vinha alguém e passava na frente, me fazendo perder o fio da meada.
- Entendo – disse por fim. – Mas, como fazem quando querem pedir algo e estão no meio de algo no palco? – Desta vez, fui esperta o bastante para perguntar em voz baixa para, apenas, Sara.
Ela deu uma risada, mas sua resposta foi mais gentil do que as duas últimas.
- O bar é fechado dois minutos antes das apresentações começarem e é aberto só quando há um intervalo entre elas e/ou quando terminam.
Assenti.
- Por isso, Grace, se quiser algo, é melhor ir pedir.
Neguei com a cabeça.
- Mas, que horas as apresentações começam? – Perguntei.
Sara deu de ombros.
- Depende – falou. – Todo o primeiro andar já chegou e só faltam algumas mesas para encher, mas não creio que venham mais muitas pessoas.
- E, quantas vêm em média?
- Acho que hoje a casa lota. É seção cover, então muitos querem assistir ou participar.
Levantei uma sobrancelha.
- Covers de quem?
Sara deu um sorriso largo.
- Beatles – falou. – É uma noite especial, por isso acho que está cheio e por isso acho que virão muitas pessoas, mas ainda está cedo – acrescentou.
- Como assim? Que horas começa?
Sara olhou para o relógio.
- Dentro de cinqüenta minutos – admitiu. – São só 00:10 ainda. Tem tempo.
- Você acha que isso é cedo? – Perguntei incrédula.
- Hey, as apresentações demoram em média uma hora e ainda tem o intervalo. Além disso, ninguém vai embora logo depois das apresentações. Antes das três da manhã não saímos daqui – ela sorria como se aquilo fosse algo de bom. Aquela garota não sabe que tínhamos aula no dia seguinte?
- Mas, se você quiser ir embora antes, eu e você vamos – senti a tristeza em seus olhos e em sua voz quando falou isso.
- Hun? Ah, tudo bem. Vamos... esperar o decorrer da noite. – Achei que aquela seria a melhor coisa para se dizer em uma situação como aquela.
Sara soltou um meio sorriso e percebi que não teria outra coisa vinda dela com relação àquilo. Tratei de encarar novamente o palco. A cadeira e o microfone ainda estavam ali. No entanto, agora tinha também uma luz azul. Era bonita. Hipnotizante. Fiquei pensando em que tipo de poemas eram recitados ali e que tipo de apresentações Sara estava se referindo. Voltei a olhar para ela. Agora ela ria de algo que Gabriel havia dito. Era estranho vê-la tão sorridente. Principalmente, depois de tudo o que eu sabia. No fundo, acho que sentia mais pena dela do que qualquer outra coisa. E eu sabia que ela não conversava sobre tudo com ninguém. Lembrei-me da minha promessa. Eu ajudaria Sara Owl.
Olhei mais uma vez à minha volta e constatei algo que me fez sorrir para o nada: aquele salão era como Sara. A princípio, parece sombrio e frio (como os olhos daquele cara que me encarou ainda pouco), mas depois que você o analisa melhor, vê que é como a luz azul do palco. Fascinante."
do svidaniya, Clara Ferreira